Texto: Tg 1.2-4
“2 Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, 3 pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. 4 E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma.” (versão NVI)
Primeira etapa: meditação
Neste texto, vemos Tiago, o irmão do Senhor, orientando os seus leitores a como se comportar diante dos sofrimentos que a vida lhes oferece. F. Davidson, em seu Livro: O Novo Comentário da Bíblia (pág. 2349) destaca:
“Os destinatários da epístola estavam passando por provações, como judeus crentes que haviam aceitado o Senhor Jesus Cristo na qualidade de Messias; Tiago exorta-os a que não se aflijam com tais provas, mas pelo contrário tenham o sofrimento e as perseguições como gozo. Eram prova de que eles eram filhos (Hb 12.6; Sl 94.12) e de ser a sua fé uma realidade. (fonte: O Novo Comentário da Bíblia, pág. 2349, ed. Vida Nova).
Ao contrário do que algumas correntes teológicas ensinam a vida do crente nesse mundo nunca será marcada apenas de momentos felizes, muito pelo contrário, num mundo que foi amaldiçoado por Deus após a queda do homem conforme nos é revelado em Gn 3.17, todos os homens estão destinados a passarem por inúmeros sofrimentos enquanto eles viverem neste mundo. Antes de o Senhor Jesus ascender aos céus, Ele avisou aos seus discípulos que enquanto eles estivessem no mundo, isto é, enquanto eles vivessem nesse mundo, eles teriam uma vida marcada de aflições (Jo 16.33). Sobre esse assunto, Matthew Henry destaca:
“O cristianismo ensina aos homens a estar gozosos nas tribulações; tais exercícios vêm do amor de Deus; e as provações do caminho do dever darão brilho a nossas virtudes agora e a nossa coroa no final. Nos tempos de provações, preocupemo-nos de que a paciência atue em nós, e não a paixão; o que se diga ou faça, seja a paciência a que o diga e faça. Todo o necessário para a nossa carreira e guerra cristã será outorgado quando a obra da paciência for completada. Não devemos orar pedindo que a aflição seja eliminada, tanto como pedindo sabedoria para usá- la corretamente. E quem não quer sabedoria para que o conduza nas provas, regulando seu próprio espírito e administrando seus assuntos? Eis aqui algo como resposta a cada giro desalentador da mente, quando vamos a Deus experimentando nossa própria fraqueza e tolice. Depois de tudo, se alguém dizer " Isto pode acontecer a alguém, mas me temo que eu não triunfarei" , a promessa é: a todo aquele que pedir, lhe será dado. Uma mente que se ocupe em considerar, de forma única e dominante, seu interesse espiritual eterno, e que se mantém firme em seus propósitos para Deus, crescerá sabiamente pelas aflições, continuará fervoroso em suas devoções e se levantará por acima das provas e das oposições. Quando nossa fé e espírito se levantam e caem com as causas secundárias, nossas palavras e ações serão instáveis. Isto nem sempre expõe aos homens ao desprezo do mundo, mas esses caminhos não podem agradar a Deus. Nenhuma situação da vida é tal que impeça regozijar-se em Deus. Os de baixa condição podem regozijar-se se são exaltados a serem ricos em fé e herdeiros do Reino de Deus; e os ricos podem regozijar-se com as providências humilhantes que os levam a uma disposição mental humilde e modesta. A riqueza mundana é coisa que se acaba. Então, que quem é rico se regozije na graça de Deus que o faz e mantém humilde; e nossa provas e exercícios que lhe ensinam a buscar a alegria de Deus e NELE, e não nos prazeres perecíveis. ”(fonte: Comentário Bíblico NT, pag. 283)
O autor nos revela que ao contrário da vida comum, em que o sofrimento é um agente que traz como fruto a tristeza, angústia e pavor ao coração do homem, o sofrimento na vida cristã traz como fruto a perseverança.
Em sua carta aos Romanos, Paulo nos declara a obra da perseverança na vida cristã. Vejamos o que ele nos tem a dizer:
“1 Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, 2 por meio de quem obtivemos acesso pela fé a esta graça na qual agora estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. 3 Não só isso, mas também nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz perseverança; 4 a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. 5 E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu.” (Rm 5.1-5)
Através do texto acima, podemos perceber que a perseverança da qual Tiago se refere em sua carta, é descrita pelo apóstolo Paulo como sendo a geradora de um caráter cristão aprovado por Deus e pelos homens, uma vez que ao adquirirmos um caráter aprovado por Deus, nos tornamos capazes de aguardar de maneira convicta a salvação que o Senhor Jesus nos oferece.
Concluindo, vejamos o que F. Davidson tem a dizer sobre este assunto:
“Tiago queria que esses cristãos primitivos compreendessem que tal provação era uma oportunidade de ser provada a têmpera deles e um modo de discipliná-los na coragem e perseverança. Neste sentido, tal provação devia até ser acolhida com prazer (cfr. Rm 5.3). Paciência (3-4), isto é, "perseverança", que capacita a pessoa a resistir ao aperto das circunstâncias externas. Essa graça da perseverança deve ter ampla liberdade, até completar sua obra, fazendo-nos perfeitos e íntegros, em nada deficientes (4). Perfeitos aí não quer dizer sem pecado, porém "maduros" ou "plenamente desenvolvidos". A palavra grega é teleios, que significa ter alcançado seu fim, ter ficado completo. Quando se refere a pessoas, indica primeiramente desenvolvimento físico; depois, em sentido ético, quer dizer pleno crescimento ou maturidade. Íntegros (gr. holokleros) significa completos em todas as partes, ou "em nada deficientes", como Tiago mesmo diz (cfr. 1Ts 5.23).” (fonte: O Novo Comentário da Bíblia, pág. 2349, ed. Vida Nova).Segunda etapa: aplicação
Com base neste texto, devemos tomar as seguintes atitudes:
1. Não deixar nossa fé se enfraquecer nos momentos difíceis da vida;
2. Lembrar sempre de que o Senhor está no controle de todas as coisas;
3. Manter um relacionamento constante com o Espirito Santo;
4. Lembrar-nos de que o Senhor aperfeiçoa o meu caráter quando eu atravesso por tribulações.
Oremos:
Senhor, eu humildemente, lhe peço que através da ação do Espírito Santo em minha vida, eu possa manter uma vida de comunhão contigo, e que eu possa manter a firmeza de minha fé em todos os momentos da vida.
Terceira etapa: memorização
“2 Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, 3 pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. 4 E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma.” (Tg 1.2-4)
DEUS OS ABENÇOE
MISSº FELIPE