Contatos para agenda!

Amados a paz do Senhor!
Como ja devem saber, venho pregado a palavra do Senhor a nove anos. E durante este tempo, o Espírito Santo sempre tem se manifestado por meio de nosso ministério, pessoas sendo curadas, revestidas com poder do Espírito, batizadas com o Espírito Santo e principalmente, a salvação de muitas almas, que após ouvir nossa pregação tem se chegado aos pés do Senhor!
Caso queira me convidar para pregar em sua igreja, tenha a certeza que o Espírito Santo irá se manifestar de maneira grandiosa.
Fico no aguardo
Atenciosamente
Missº Felipe
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email: mens.felipe@hotmail.com

A divindade de Cristo - final

Amados, após tanto tempo de espero, finalmente chegamos ao fim de nosso estudo sobre a divindade de Cristo. Vimos até o momento,seis evidências que nos são fornecidas pelas Escrituras comprovarmos a Divindade de Cristo, tais como: os títulos atribuídos a Cristo; os títulos que Jesus atribuía a si mesmo; as obras por Ele realizadas; as obras atribuídas à Ele pelos apóstolos; os atributos divinos manifestados por Ele ao efetuar seus 35 milagres (registrados nas Escrituras e as declarações apostólicas em relação à sua pessoa.

Para finalizarmos esse lindo estudo, vejamos agora a mais importante de todas as evidências bíblicas para fundamentar a divindade de Cristo. Portanto, vejamos agora que a divindade de Cristo é confirmada através das declarações de Deus Pai.

Apenas para avisá-los, semana que vem estarei iniciando uma série de estudos sobre a soteriologia, ou doutrina da salvação. Por favor, ao final de cada postagem, deixem seus comentários, suas opiniões, sugestões, etc. Este blog está a serviço do Reino de Deus. Bons estudos!



A divindade de Cristo - parte final

VII. Sua divindade é confirmada pelo testemunho de Deus Pai

Como se não bastasse a confirmação da divindade de Cristo através dos títulos atribuídos a Ele, aos títulos que Ele atribuía a si mesmo, as obras por Ele realizadas, as obras atribuídas a Ele pelos apóstolos, pelos atributos divinos manifestados por Ele ao efetuar seus 35 milagres registrados nas Escrituras, das declarações apostólicas em relação à sua pessoa, podemos também embasar a doutrina de Cristo, através da mais importante dos testemunhos acerca da divindade de Jesus: o testemunho de Deus Pai em relação a pessoa de Jesus de Nazaré.

Podemos verificar nos evangelhos dois eventos em que Deus dá testemunho acerca da divindade de Jesus. O primeiro evento que os evangelhos registram acerca desse fato, encontra-se em Mt 3.13-17 (com referencias em Marcos, Lucas e João), conforme verificado no texto a seguir:

“Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, a fim de que João o batizasse. Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu. Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”(Mt 3.16-17).

Já o segundo evento em que Deus dá testemunho acerca da divindade de Jesus, está inserido no evangelho de Mateus, no episódio da transfiguração, conforme podemos verificar no texto a seguir:

“Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João e os levou, em particular, a um alto monte. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Então, disse Pedro a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias. Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi”(Mt 17.1-5)

Portanto, torna-se evidente e totalmente comprovada. Podemos assim afirmar com toda coragem e ousadia a todos a mesma afirmação de Pedro quando indagado pelo Senhor sobre o que ele dizia ao povo acerca Dele: "E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo:Quem dizem os homens ser o Filho do homem? E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas. Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". (Mt 16.13-16)

Que toda a honra,toda a glória, seja dada a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!!

A divindade de Cristo - 4ºParte

A paz a todos!

Amados, após tanto tempo de inatividade, finalmente estou voltando a ativa.

Continuemos agora nosso estudo acerca das evidências bíblicas acerca da divindade de Cristo, doutrina de suma importância para a Cristologia. Vejamos agora a comprovação da divindade de Cristo através das declarações apostólica em relação à Ele.Bom estudo a todos!!


V. Sua divindade é declarada pelas declarações apostólicas em relação à Ele
Além de verificarmos a evidência da divindade de Cristo através dos títulos atribuídos a Cristo, aos títulos que Jesus atribuía a si mesmo, as obras por Ele realizadas, as obras atribuídas à Ele pelos apóstolos, pelos atributos divinos manifestados por Ele ao efetuar seus 35 milagres, podemos verificar Sua natureza divina, através das declarações apostólicas em relação à sua pessoa, como veremos a seguir.

i. Ele é considerado como a única fonte da verdade
A primeira declaração apostólica acerca da divindade de Cristo, está registrada em Jo 6.22-59, onde vemos um dos mais incisivos discursos de Jesus aos judeus acerca de sua natureza divina e da importância de sua morte vindoura.
O impacto desse discurso foi tamanho, que resultou na separação entre aqueles que verdadeiramente acreditavam Nele daqueles que eram incrédulos acerca de sua missão e da sua pessoa. Ao ver que inúmeros de seus discípulos haviam lhe abandonado, deixando assim de seguí-lo (Jo 6.66), Jesus se dirige ao seu círculo de discípulos mais íntimos e lhe faz a seguinte pergunta: “Vocês também não querem ir?” (v.67), tendo como resposta uma das mais lindas declarações apostólicas acerca de sua pessoa, Pedro, falando em nome dos doze declara: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus” (Jo 6.68-69).
Tal declaração apostólica, é uma inferência acerca da divindade de Jesus, uma vez que Pedro declara que Jesus, na qualidade de Cristo (messias, ungido) de Deus, era o único portador da palavra da vida eterna.

ii. Ele é considerado como o Filho do Deus vivente
A segunda declaração apostólica acerca da divindade de Cristo é realizada por Pedro, conforme verificado na seguinte passagem:

“Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas. Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus. Então, advertiu os discípulos de que a ninguém dissessem ser ele o Cristo” (Mt 16.13-20)

Neste relato (também registrado nos evangelhos de Marcos, Lucas e João) podemos verificar a primeira declaração objetiva dos apóstolos acerca da divindade de Cristo.
Haviam se passado cerca de três anos desde que Jesus iniciara seu ministério terreno, onde Ele havia realizado cerca de 30 milagres até então, resultando em uma enorme fama de sua pessoa nas regiões da Galiléia, Decápolis, Jerusalém, Judéia e dalém do Jordão (Mt 4.29), Jesus resolve se retirar com seus discípulos para além das fronteiras da Galiléia, Judéia e Samaria, para os territórios predominantemente gentios de Tiro, Sidom, Cesaréia de Filipe e Decápolis.
O objetivo dessa jornada à terras estrangeiras não era realizar uma viagem missionária aquelas terras para pregar o evangelho aos gentios, como podemos perceber no contexto de Mc 7.24, uma vez que através de Mt 10.5 e Mc 7.27,28 podemos perceber que não fazia parte dos planos de Jesus a realização de uma jornada evangelística durante seu ministério terreno, jornada esta que seria realizada pela futura igreja primitiva (Mt 28.19-20; At 1.8; 8.1-4). Por inferência (indução), podemos perceber que a razão pela qual Jesus e seus discípulos realizaram essa viagem à terras gentílicas foi motivada pelo fato de o ministério terreno de Jesus ter atingido o seu clímax, por isso, Jesus decide preparar os seus discípulos, para os trágicos eventos que haveriam de ocorrer em Jerusalém, levando-os a obter uma maior compreensão acerca da pessoa de seu mestre. Para isso, Jesus lhes faz a seguinte pergunta: “Quem diz o povo ser o Filho do Homem?” (Mt 16.13). Como resposta, seus discípulos responderam: “Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas” (Mt 16.14). Ao saber a opinião do povo acerca de sua pessoa, Jesus se dirige aos discípulos com a seguinte pergunta: “Mas vós, quem dizeis que eu sou?“ (Mt 16.15). Como resposta, seus discípulos ficaram em silêncio, sendo este silêncio quebrado pela declaração de Pedro acerca da natureza divina de Jesus: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” ( Mt 16.16).
Ao declarar que Jesus era “o Filho do Deus vivo” Pedro estava declarando a idéia geral de todos os discípulos acerca da verdadeira natureza de Jesus, pois somente Deus poderia fazer todos os sinais que Deus fazia.

iii. Ele é considerado como sendo igual a Deus
Ao escrever à igreja por ele fundada durante sua segunda viagem missionária (entre 49 a 52 d.C), o apóstolo Paulo faz a seguinte recomendação aos seus discípulos em Filipos: “Se por estarmos em Cristo nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses,mas também dos interesses dos outros” (Fp 2.1-4) ¹.
No entanto, para ratificar o seu apela aos discípulos daquela igreja, ele continua com a seguinte declaração: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz” (Fp 2.5-8). Ao observarmos esse texto, podemos perceber que Paulo considera Jesus como “sendo em forma de Deus”, ou seja, para ele, Jesus possui a mesma natureza encontrada apenas em Deus, significando dizer que Jesus é igual em essência a Deus.
Para embasar seu pensamento em relação a pessoa de Jesus, Paulo, ao escrever à igreja fundada em decorrência ao seu grandioso ministério na cidade de Éfeso durante sua terceira viagem missionária (entre 53 a 57 d.C), o apóstolo faz a seguinte declaração: “Este(Jesus) é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste” (Cl 1.15-17). Com essa declaração, o apóstolo declara enfaticamente a natureza divina encontrada na pessoa de Jesus, por cinco motivos a saber: 1) ele declara que Jesus é o “primogênito de toda a criação”, ou seja, à semelhança dos primogênitos da era patriarcal, Jesus possui total primazia sobre todas as coisas criadas; 2) ele coloca Jesus como participante ativo no evento da criação ao dizer que “nele, foram criadas todas as coisas”, uma vez que o Antigo testamento declara enfaticamente que “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1); 3) ele coloca Jesus como a razão pela qual todas as coisas foram criadas ao dizer que “Tudo foi criado por meio dele e para ele”; 4) por atribuir explicitamente a Cristo o atributo divino da eternidade ao afirmar que “Ele é antes de todas as coisas” e 5) por atribuir a Cristo a função exclusiva de Deus de sustentar (manter) a existência de toda a criação ( Jó 9.5-8; Sl 74.16-17; 104.32; Is 40.12; Mt 5.45) ao afirmar que “Nele (Jesus), tudo subsiste”.

iv. Ele é considerado Deus bendito
Em sua carta à igreja de Roma , Paulo faz outra importante declaração acerca da divindade de Cristo, reafirmando assim a crença da igreja primitiva acerca dessa importante doutrina. Conforme vemos no seguinte texto:

“Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo): Que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração. Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas; Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém” (Rm 9;1-5).

v. Ele é considerado o Senhor da Glória
Outra importantíssima declaração do apóstolo Paulo acerca da divindade de Cristo está registrada em sua primeira carta à igreja de Corinto, onde ele faz a seguinte declaração:

“Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória. Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam” (1 Co 2.7-9).

Tal declaração (Senhor da Glória) acerca da pessoa de Cristo, é uma referência ao Sl 24.7-10, que diz: “Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória. Quem é o Rei da Glória? O SENHOR, forte e poderoso, o SENHOR, poderoso nas batalhas. Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória. Quem é esse Rei da Glória? O SENHOR dos Exércitos, ele é o Rei da Glória”. Esse salmo é uma referência ao Senhor Jesus, conforme podemos perceber ao compararmos este texto com o de Jo 1.14, que diz: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.”

vi. Ele é considerado o portador de toda divindade
A declaração mais importante do apóstolo Paulo acerca da divindade de Cristo, encontra-se registrada na seguinte passagem:

“Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças. Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.6-9).

Ao afirmar que em Cristo “habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (v.9), ele está se referindo diretamente à divindade da pessoa de Jesus, que conforme a crença da igreja primitiva era o “Verbo de Deus que havia se feito carne, sendo este verbo o próprio Deus” (Jo 1.1,14). Desta forma, Paulo declara explicitamente a absoluta e completa divindade de Jesus.

vii. Ele é considerado o resplendor da glória de Deus
Talvez a declaração apostólica mais forte em relação à divindade de Cristo, está registrada na carta aos Hebreus, como podemos notar na seguinte passagem: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles“ (Hb 1.1-4).
Devemos notar aqui, que corroborando com todos os argumentos apostólicos acerca da divindade de Cristo, o autor de Hebreus declara que Jesus “é o resplendor da glória” de Deus, ou seja, para ele, assim como para todos os apóstolos, Jesus refletia toda a majestade de Deus, e não só isso, para ele, Jesus era “a expressão exata do seu Ser (do Ser de Deus)”, ou seja, para ele, Jesus possuía em si mesmo a plenitude da santidade, poder e moral; qualidades estas encontradas apenas na pessoa de Deus, pensamento este, compartilhado pelo apóstolo Paulo que diz: “Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” (Cl 1.18-19).

Novidades!!!

Amigos leitores, a paz do Senhor!

Após um longo período de intividades, estou lhes escrevendo que a partir de amanha, estarei dando continuidade ao estudo sobre a doutrina de Cristo, e em breve estarei publicando meu mais novo estudo: Soteriologia, ou doutrina da salvação!

Aguardem!

Em Cristo

Missionário Felipe

A divindade de Cristo - 3º Parte

Continuemos agora nosso estudo acerca das evidências bíblicas acerca da divindade de Cristo, doutrina de suma importância para a Cristologia. Vejamos agora a comprovação da divindade de Cristo através das obras atribuídas a Ele e através dos atributos divinos demonstrados por Jesus ao longo de seu ministério.
Bom estudo a todos!!

IV. Sua divindade é declarada pelas obras atribuídas a Ele
Como se não bastasse a evidência da divindade de Cristo revelada pelos títulos atribuídos a Cristo, aos títulos que Jesus atribuía a si mesmo, e as obras por Ele realizadas, a sua divindade também é revelada pelas obras que os apóstolos atribuem a Ele, obras estas que somente Deus poderia fazer, obras como:

i. A criação do universo – Jo 1.1-3,10,11; Cl 1.15-16
Ao escrever sua carta a igreja de colossos no ano de 62 d.C, o apóstolo Paulo faz a primeira declaração apostólica acerca da criação do universo pela pessoa de Jesus, ele declara enfaticamente que “que “nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele” (Cl 1.15-16).
Para corroborar o pensamento de Paulo, o apóstolo João, ao escrever o seu evangelho entre os anos de 80 a 95 d.C, ele declara que “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.2), ratificando esse pensamento ao dizer que “o mundo foi feito por ele” (Jo 1.10).

ii. A preservação de todas as coisas – Cl 1.17
Ainda em sua carta a igreja de colosso Paulo faz uma fortíssima declaração para apoiar a divindade de Cristo, ele simplesmente afirma que “todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.17), atribuindo a pessoa de Jesus a função de manter o equilíbrio do universo, algo que somente o Deus criador de todas as coisas poderia fazer.

iii. Julgar a humanidade – 2 Tm 4.1
Além de atribuir a Cristo a criação do universo e a sua preservação, em sua segunda carta a Timóteo, escrita dias antes de sua morte, o apóstolo Paulo afirma que Cristo“há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino” (2 Tm 4.1), dessa forma, o apóstolo está declarando abertamente Cristo é Divino.


III. Sua divindade é declarada pelos atributos divinos demonstrados por Ele
Como se não bastasse a evidência da divindade de Cristo revelada pelos títulos atribuídos a Cristo, aos títulos que Jesus atribuía a si mesmo, as obras por Ele realizadas, e pelas obras que os apóstolos atribuem a Ele, a divindade de Cristo pode ser percebida pelos atributos divinos apresentados por Ele ao efetuar seus 35 milagres (conforme apresentados no item IV) ao longo de seu ministério de três anos e meio. Portanto, discutiremos aqui, quais atributos divinos são apresentados por Jesus, pelas obras por Ele.

i. Eternidade
A eternidade é o atributo divino, que revela a existência antes de toda a criação, antes de todo o espaço e tempo, conforme podemos ver pela seguinte passagem: “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90.2).
No entanto, ao longo de seu ministério Jesus fez declarações que nos revelam que Ele possuía tal atributo, como por exemplo, em sua declaração aos judeus:”... antes que Abraão existisse, EU SOU” (Jo 8.58), ou na sua declaração a João em apocalipse: “Eu sou o Alfa e o Ômega” (Ap 22.13)
Dessa forma, através de tais declarações, podemos perceber que Jesus atribui a si mesmo um dos atributos divinos, o atributo da eternidade.

ii. Onipotência
A onipotência é o atributo exclusivo de Deus, que lhe confere poder absoluto sobre todas as coisas, como podemos verificar no seguinte texto do profeta Amós: “Porque é ele quem forma os montes, e cria o vento, e declara ao homem qual é o seu pensamento; e faz da manhã trevas e pisa os altos da terra; SENHOR, Deus dos Exércitos, é o seu nome” (Am 4.13).
Ao longo de seu ministério, Jesus demonstrou este atributo divino principalmente em suas 9 intervenções sobre a natureza (Cf. discussão no item IV). Por exemplo, quando Jesus acalmou a tempestade no mar com apenas uma palavra (Mt 8.26-27), quando multiplicou pães e peixes (Mt 14.19) ou quando transformou água em vinho (Jo 2.1-11). No entanto a fim de embasar tal argumento, contra o que alguns podem dizer que tais sinais são apenas uma manifestação do poder de Deus na vida de Jesus, devemos observar a reação dos discípulos perante tais sinais. Quando acalmou a tempestade com a sua palavra, os discípulos indagaram uns aos outro dizendo: “Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?” (Mt 8.27). Da mesma forma, o apóstolo João nos faz a seguinte declaração sobre Jesus após relatar o seu primeiro milagre em Caná da Galiléia: “Com este (milagre), deu Jesus princípio a seus sinais em Caná da Galiléia; manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele” (Jo 2.11). Note que João diz: manifestou a sua glória, e não, manifestou a glória de Deus, dessa forma, podemos perceber, que ao realizar tais sinais, Jesus estava manifestando a sua própria glória , e não a glória de pertencente a outra pessoa, assim, ao intervir na natureza de forma pessoal, Ele estava revelando um dos atributos exclusivos de Deus: a Onipotência.

iii. Onisciência
A onisciência é o atributo divino, no qual Deus tem o poder de conhecer todas as coisas, quer sejam elas compreensíveis ao homem ou não, conforme podemos perceber no seguinte texto: “A mim me veio, pois, a palavra do SENHOR, dizendo: Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações” (Jr 1.4-5).
Podemos verificar esse atributo divino na pessoa de Jesus em passagens que nos revelam que Ele conhecia os pensamentos das pessoas (Mc 2.8), que podia ver ao longe Natanael sob a figueira (Jo 4.8), e que tinha a capacidade de saber “desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair” (Jo 6.64).
O texto de Jo 6.64, nos revela de uma forma mais nítida a onisciência de Cristo, uma vez que este texto afirma que Ele sabia “quais eram os que não criam”, implicando assim que Jesus tinha a capacidade de distinguir entre a fé e a incredulidade que estava no coração das pessoas. Ainda em seu evangelho, João nos diz que “E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana” (Jo 2.25), dessa forma, podemos verificar, que Jesus à semelhança de Deus, possuía consigo o atributo divino da Onisciência.

iv. Onipresença
O onipresença é o atributo divino, no qual Deus tem o poder de estar em todos os lugares, em todos os momentos, conforme verificamos no texto: “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face?
Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, 0 ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá” (Sl 139..7-10).
No decorrer de seu ministério, o atributo divino da onipresença de Jesus não é diretamente revelado, mas em duas passagens do evangelho de Mateus, podemos por inferência (indução) a manifestação desse atributo através da seguinte declaração de Jesus aos seus discípulos: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18.20) e também e sua declaração momentos antes de sua ascensão aos céus: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.20).

v. Soberania
A Soberania é o atributo divino através do qual Deus se manifesta como o Ser e o Poder Supremo do universo, como podemos perceber pelo seguinte texto: “Aleluia! Louvai o nome do SENHOR; louvai-o, servos do SENHOR, vós que assistis na Casa do SENHOR, nos átrios da casa do nosso Deus. Louvai ao SENHOR, porque o SENHOR é bom; cantai louvores ao seu nome, porque é agradável. Pois o SENHOR escolheu para si a Jacó e a Israel, para sua possessão. Com efeito, eu sei que o SENHOR é grande e que o nosso Deus está acima de todos os deuses. Tudo quanto aprouve ao SENHOR, ele o fez, nos céus e na terra, no mar e em todos os abismos. Faz subir as nuvens dos confins da terra, faz os relâmpagos para a chuva, faz sair o vento dos seus reservatórios”(Sl 135.1-7).
Este atributo divino pode ser percebido na pessoa de Jesus, pelo fato de Ele ter o poder de perdoar pecados (Mc 2.5-7), e também pela famosa introdução de suas declarações: “Em verdade, em verdade, eu vos digo”. Diferentemente dos profetas do Antigo testamento, que ao iniciarem uma declaração profética faziam a célebre declaração: “Assim diz o Senhor”, indicando que suas profecias eram oriundas da autoridade divina, as declarações de Jesus não provinham de uma outra pessoa (no casso o próprio Deus), mas eram fruto de sua própria autoridade. Autoridade esta, que conferia a Jesus a capacidade de: proclamar a lei divina (Mc 12.28-34), resolver disputas legais (Mc 12.13-17; Lc 12.13-21), a debater com escribas (Mc 11.27-33) e até a censurar os líderes religiosos de sua época (Mt 23.13-39)

A divindade de Cristo - 2º Parte

Anteriormente vimos que a divindade de Cristo pode ser comprovada pelos títulos a Ele conferidos pelas Escrituras, no entanto, a bíblia nos fornece inúmeros outros argumentos que nos possibilitam defender este importante aspecto da doutrina de Cristo.

Veremos agora que a divindade de Cristo pode ser comprovada por outros dois fatores: pelos títulos que Cristo atribui a si mesmo, bem como pelas obras realizadas por Ele.

II. A divindade de Cristo é declarada pelos títulos que Ele atribui a si mesmo

E importante verificarmos que a divindade de Cristo não só é revelado pelos títulos atribuídos a Ele, como também através dos títulos que Ele atribui a si mesmo. As escrituras nos fornecem os seguintes títulos que Jesus atribui a si mesmo:

i. Filho do Homem
De todos os títulos utilizados por Jesus para referir-se a si mesmo, é o título que aparece com mais freqüência no NT, ocorrendo oitenta e quatro vezes nos quatro evangelhos. No entanto, este título é usado apenas por Jesus, para referir-se a si mesmo. Este faz referência à visão do capitulo 7 de Daniel, em que está escrito: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído” (Dn 7.13-14).

ii. EU SOU – Jo 8.58
De todos os títulos utilizados por Jesus para referir-se a si mesmo, talvez esse seja o mais forte e significativo título utilizado por Ele, que nos revela sua divindade.
Certa vez, ao afirmar aos seus opositores que Abraão havia visto o seu dia (o dia de Cristo), eles o contestaram dizendo: “Ainda não tens cinqüenta anos e viste Abraão?” (Jo 8.57).Como resposta, Jesus fez uma afirmação clara e objetiva, que revelava a sua divindade aos seus adversários. Ele se utiliza das palavras pronunciadas por Deus para se identificar a Moisés: “EU SOU O QUE SOU” (Ex 3.14), fazendo a seguinte declaração: “Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU” (Jo 8.58). Ao fazer essa declaração, Jesus simplesmente se equiparou ao próprio Deus de Israel, o que causou a revolta dos judeus que “pegaram em pedras para atirarem nele” tendo como resultado a saída de Jesus do templo (Jo 8.59).

iii. O Alfa e o Ômega – Ap 22.13
Outra forte evidência da divindade de Cristo, encontra-se no final do livro de Apocalipse, onde Jesus faz a seguinte declaração: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (Ap 22.13). No entanto, vemos a mesma declaração no início do mesmo livro, onde Deus Pai faz a seguinte afirmação: “Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Ap 1.8). Ao compararmos a declaração de Deus Pai contida em Ap 1.8 com a declaração de Cristo em Ap 22.13, vemos uma forte evidência da divindade de Cristo, que em total e completa semelhança com Deus Pai, é Soberano sobre toda a história e sobre toda a criação.


III. Sua divindade é declarada pelas obras realizadas por Ele

Além de verificarmos a divindade de Cristo através dos títulos atribuídos à Cristo, e os títulos por Ele utilizados, as escrituras nos declaram a divindade de Cristo pelas obras por Ele realizadas. Obras estas que somente Deus poderia fazer.

i. Perdoar pecados
Os evangelhos nos fornecem dois incidentes distintos em que Jesus faz uma declaração que somente Deus poderia fazer, nesses incidentes podemos ver Jesus perdoando pecados.
Quando um paralítico de nascença foi trazido à presença de Jesus (Mt 9.1-8; Mc 2.1-12; Lc 5.17-26), Ele faz a seguinte declaração: “Filho, tem bom ânimo, perdoados te são os teus pecados” (Mt 9.2; Mc 2.5; Lc 5.20). Num outro momento, estando Jesus visitando a casa de um fariseu chamado Simão (Lc 7.36-50), uma mulher reconhecidamente pecadora (provavelmente uma prostituta), interrompe a reunião daquela casa para, chorando, ungir e beijar os pés de Jesus. Ao ver tamanho amor e dedicação, Jesus faz a seguinte pergunta ao anfitrião daquela casa: “Simão, uma coisa tenho a dizer-te. E ele disse: Dize-a, Mestre. Um certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos dinheiros, e outro cinqüenta. E, não tendo eles com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Dize, pois, qual deles o amará mais? E Simão, respondendo, disse: Tenho para mim que é aquele a quem mais perdoou. E ele lhe disse: Julgaste bem” (Lc 7.40-43), após a resposta de Simão, Jesus se volta para a mulher e lhe diz: “Os teus pecados te são perdoados” (Lc 7.48).

Ao perdoar os pecados do paralítico e da mulher pecadora, Jesus está realizando algo que somente Deus poderia fazer: perdoar pecados, como podemos perceber na declaração dos judeus ao ouvirem Jesus perdoar os pecados do paralítico: “Quem pode perdoar pecados, senão Deus?” (Mc 2.7).
Assim, por perdoar pecados, podemos verificar que verdadeiramente Jesus era divino.

ii. Curar enfermidades
Os quatro evangelhos nos fornecem 16 curas realizadas por Jesus. Nesses livros, verifica-se que o Senhor curou: leprosos, paralíticos, cegos, surdos, mudos, surdos e toda a sorte de doenças. Em todos esses milagres, podemos perceber que Jesus era “cheio do Espírito Santo”, mas em um milagre em especial, podemos perceber a divindade de Jesus.
Em seu evangelho, o apóstolo João, nos fornece um milagre que marcou a vida de todos os discípulos de Jesus, milagre este, nunca realizado antes na historia da humanidade, como podemos ler na seguinte passagem:

“E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus. Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. Tendo dito isto, cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego. E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa o Enviado). Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo” (Jo 9.1-7).

Ao curar este cego de nascença, Jesus fez algo que apenas Deus poderia fazer. Era sabido por todos os judeus, que “desde o princípio do mundo nunca se ouviu que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença” (Jo 9.32), dessa forma, ao curar esse homem, Jesus estava revelando, ainda que de forma velada, a sua divindade, pois Ele havia feito algo que somente Deus poderia fazer.

iii. Expulsar demônios
Além de relatar 16 curas operadas por Jesus, os evangelhos também nos relatam 7 libertações (expulsão de demônios) realizadas por Jesus. Em duas dessas libertações, podemos notar que Jesus possuía total autoridade sobre os demônios.
Os evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) nos relatam um fato ocorrido no segundo ano do ministério de Jesus, que ao chegar à cidade de Genesaré, sai ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo; que tinha feito sua morada no cemitério, sendo ele portador de tamanha força que ninguém o podia manter preso, e que permanecia de dia e noite clamando pelos montes.

Ao ver que Jesus havia chegado, este homem, possesso de uma legião de demônios (seis mil) correu até Ele e o adorou dizendo: “Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes” (Mc 5.6-7). Ao ver aquele homem possesso, Jesus manifestou a sua natureza divina, ao permitir àqueles demônios se retirarem daquele homem e entrarem numa manada de porcos. Como podemos verificar no relato de Marcos:

“E chegaram ao outro lado do mar, à província dos gadarenos. E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo; O qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender; Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões em migalhas, e ninguém o podia amansar. E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes, e pelos sepulcros, e ferindo-se com pedras. E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o. E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes. (Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito imundo.) E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos. E rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província. E andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos. E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles. E Jesus logo lho permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil), e afogaram-se no mar” (Mc 5.1-13).

Em um outro momento, ao retornar do monte em que havia se transfigurado aos discípulos (Mc 9.1-10), Jesus ao ver os escribas discutirem com seus discípulos, fica sabendo que aquela discussão estava ocorrendo pelo fato de os seus discípulos não terem conseguido expulsar um demônio que atormentava um menino desde a sua infância. A pedido de Jesus, o menino lhe é trazido, e logo o demônio é repreendido, conforme registrado no seguinte texto:

“E um da multidão, respondendo, disse: Mestre, trouxe-te o meu filho, que tem um espírito mudo; E este, onde quer que o apanha, despedaça-o, e ele espuma, e range os dentes, e vai definhando; e eu disse aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam. E ele, respondendo-lhes, disse: O geração incrédula! até quando estarei convosco? até quando vos sofrerei ainda? Trazei-mo. E trouxeram-lho; e quando ele o viu, logo o espírito o agitou com violência, e, caindo o endemoninhado por terra, revolvia-se, escumando. E perguntou ao pai dele: Quanto tempo há que lhe sucede isto? E ele disse-lhe: Desde a infância. E muitas vezes o tem lançado no fogo, e na água, para o destruir; mas, se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós, e ajuda-nos. E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê. E logo o pai do menino, clamando, com lágrimas, disse: Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade. E Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele. E ele, clamando, e agitando-o com violência, saiu; e ficou o menino como morto, de tal maneira que muitos diziam que estava morto. Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou” (Mc 9.17-29)


Conforme pudemos verificar nesse dois relatos, vemos que os demônios se submeteram totalmente a palavra de Jesus, não importando qual fosse a sua força (o homem de Gadara), ou o tempo que ele estava atormentando uma vida (o jovem possesso). Dessa forma, é possível notar a divindade de Cristo, pois somente Deus possui tamanha autoridade sobre seres espirituais, como os demônios.

iv. Controlar a natureza
Além de relatar 16 curas e 7 libertações operadas por Jesus, os evangelhos também nos fornecem 9 intervenções diretas de Jesus sobre a natureza. Nesses relatos, podemos ver Jesus: acalmando a tempestade (Mt 8.23-27; Mc 4.37-41; Lc 8.22-25), andando por sobre o mar (Mt 14.25; Mc 6.48-51; Jo 6.9-21), alimentando cinco mil (Mt 14.15-21; Mc 6.48-51; Lc 9.12-17;Jo 6.5-13) e a quatro mil pessoas (Mt 15.32-38; Mc 8.1-9), fazendo aparecer uma moeda na boca de um peixe (Mt 17.24-27), condenando uma figueira à morte (Mt 21.18-22; Mc 11.12-14, 20-25), fazendo aparecer peixes por duas vezes (Lc 5.4-11;Jo 21.1-11) e transformando água em vinho (Jo 2.1-11).
Desses milagres, talvez o que mais nos chama a atenção para a natureza divina de Jesus, encontra-se registrado na seguinte passagem:

“Naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes Jesus: Passemos para a outra margem. E eles, despedindo a multidão, o levaram assim como estava, no barco; e outros barcos o seguiam. Ora, levantou-se grande temporal de vento, e as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já estava a encher-se de água. E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro; eles o despertaram e lhe disseram: Mestre, não te importa que pereçamos? E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança. Então, lhes disse: Por que sois assim tímidos? Como é que não tendes fé? E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?” (Mc 4.37-41)

Nesse texto, podemos ver Jesus revelando de forma clara e objetiva, uma natureza divina, pois ele demonstrou possuir total controle sobre a natureza, uma vez que sob a suas ordens, vento e mar se acalmaram, algo que somente o “Senhor Altíssimo, o grande rei de toda a terra” (Sl 47.2) poderia fazer (Cf. Sl 65.7; 89.9; 107.29).

v. Ressuscitar os mortos
Além de relatar 16 curas, 7 libertações, 9 intervenções sobre a natureza, os evangelhos também nos fornecem 3 ressurreições efetuadas por Jesus durante de seu ministério: a filha de Jairo (Mt 9.18,19, 23-25; Mc 5.22-24,38-42; Lc 8.41,42,49-56), o filho da viúva de Naim (Lc 7.11-15) e Lázaro (Jo 11.1-44).
Em todos esses textos, podemos perceber, ainda que de forma velada, a revelação acerca da divindade de Cristo, uma vez que suas ordens eram atendidas até por aqueles que haviam falecido, como podemos notar no seguinte relato:

“Pouco tempo depois Jesus foi para uma cidade chamada Naim. Os seus discípulos e uma grande multidão foram com ele. Quando ele estava chegando perto do portão da cidade, ia saindo um enterro. O defunto era filho único de uma viúva, e muita gente da cidade ia com ela. Quando o Senhor a viu, ficou com muita pena dela e disse: Não chore. Então ele chegou mais perto e tocou no caixão. E os que o estavam carregando pararam. Então Jesus disse:Moço, eu ordeno a você: levante-se! O moço sentou-se no caixão e começou a falar, e Jesus o entregou à mãe” (Lc 7.11-15).

A divindade de Cristo - 1º Parte

Se por um lado à natureza humana de Cristo é importante para a Cristologia, por outro lado, sua natureza divina é de vital importância para qualquer estudante da vida do Senhor. Tal conhecimento é necessário para todo o cristão, uma vez que é dever de todo discípulo de Jesus possuir a capacidade de defender a sua fé quando questionado por incrédulos acerca “da esperança que há em vós” (1 Pe 3.13), e também para diferenciarmos a pessoa de Jesus da pessoa de tantos outros líderes religiosos que passaram pela história da humanidade.
Ao longo dos séculos, incontáveis heresias têm se levantado para apresentar um Jesus diferente do encontrado nas Sagradas Escrituras.Dessa forma, torna-se de suma importância para a defesa da genuína fé cristã, não só o conhecimento acerca da natureza humana de Cristo, mas também o conhecimento acerca de sua natureza divina.

O novo testamento possui inúmeros textos que declaram de forma direta ou indireta a questão da divindade absoluta de Cristo (em divindade absoluta queremos dizer que enquanto esteve vivendo na terra, Jesus era inteiramente homem e inteiramente Deus), dessa maneira, verificaremos tais evidências de várias formas.

I. Sua divindade é declarada pelos títulos atribuídos a Ele

i. Ele é chamado pela palavra Deus (theos)

A via de regra a palavra grega theos (Deus) é utilizada para referir-se a Deus Pai, no entanto, vemos em pelo menos sete passagens do novo testamento em que tal palavra é empregada para referir-se a Jesus Cristo. Tais passagens são:
João 1.1: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”
Jo 1.18: “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou”.
Jo 20.27- 28: ‘E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. 28 Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!”’
Rm 9.5: “deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém!”
Tt 2.13-14: “aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras”.
Hb 1.8: “mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de eqüidade é o cetro do seu reino”.
2 Pe 1.1: “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”


ii. Ele é chamado pela palavra Senhor (Kyrios)

A palavra grega kyrios, traduzida por senhor, pode ser empregada de várias formas: 1.usada como um tratamento respeitoso dispensado a um superior (Mt 13.27; 21.30;21.30; 27.63; Jo 4.11); 2.para significar patrão (Mt 6.24; 21.40). No entanto, tal palavra é usada na Septuaginta (tradução grega do AT, muito difundida na época de Cristo) como uma tradução do hebraico YHWH (Javé ou Jeová), sendo freqüentemente traduzido por “Senhor” ou Jeová. Por ser usada 6.814 vezes para referir-se ao nome de Deus no AT, esta palavra torna-se um dos principais títulos referentes a Jeová, e assim, em contextos apropriados, qualquer judeu do primeiro século reconheceria que a palavra “Senhor” referia-se ao nome do Criador e do Mantenedor dos céus e da Terra, o Eterno Deus Jeová.

A palavra Senhor é usada inúmeras vezes para referir-se a pessoa de Jesus, como por exemplo, vemos a saudação de Isabel (que estava grávida de João Batista) ao receber a visita de Maria, meses antes do nascimento de Jesus: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre! E de onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor?” (Lc 1.42-43); vemos também esta palavra ser empregada a pessoa de Jesus na ocasião do anuncio do seu nascimento pela voz do anjo de Deus aos pastores que estavam em Belém:“E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor. O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.9-11) e também vemos o emprego desta palavra, na narração de Mateus acerca da missão de João Batista, como precursor de Jesus Cristo: “Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizia: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. Porque este é o referido por intermédio do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas” (Mt 1.1-3).

Para ratificar nossos argumentos acima mencionados, podemos citar o fato de que Paulo, talvez um dos principais apóstolos de toda a história da Igreja, emprega esta palavra (Senhor, Kyrios) para referir a Jesus Cristo em várias passagens de suas 13 cartas, como podemos ver nas seguintes passagens: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10.9); “Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (1 Co 1.9); “todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele” (1 Co 8.6); “Por isso, vos faço compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus afirma: Anátema, Jesus! Por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus, senão pelo Espírito Santo” (1 Co 12.3).

Vemos de forma mais clara o emprego da palavra Kyrios (Senhor), no livro de Hebreus, em que o autor ao citar o Sl 102 que trata da obra de Deus na criação e a aplica a Jesus: “Ainda: No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra, e os céus são obra das tuas mãos; eles perecerão; tu, porém, permaneces; sim, todos eles envelhecerão qual veste; também, qual manto, os enrolarás, e, como vestes, serão igualmente mudados; tu, porém, és o mesmo, e os teus anos jamais terão fim”(Hb 1.10-12).

Mas talvez a mais importante ocorrência do emprego da palavra Senhor a pessoa de Cristo, ocorre através da boca do próprio Senhor Jesus, que citando o Sl 110.1, Eles questiona os fariseus dizendo: “Reunidos os fariseus, interrogou-os Jesus: Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Responderam-lhe eles: De Davi. Replicou-lhes Jesus: Como, pois, Davi, pelo Espírito, chama-lhe Senhor, dizendo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés? Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é ele seu filho? E ninguém lhe podia responder palavra, nem ousou alguém, a partir daquele dia, fazer-lhe perguntas” (Mt 22.41-46).

Para corroborar nosso argumento sobre a divindade de Cristo revelada através do emprego da palavra Kyrios (Senhor) à pessoa de Jesus, encontra no livro de Apocalipse, onde após o retorno de Jesus à Terra como Rei vencedor, onde vemos a seguinte declaração:
“Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça, há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus; e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro. Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap 19.11-16).



iii. Ele é chamado de Filho de Deus

De todos os nomes atribuídos à pessoa de Jesus, talvez este título seja o que revela com maior precisão a verdade acerca da natureza divina de Cristo, e o seu verdadeiro significado. É bem verdade que este titulo possa as vezes ser simplesmente empregado para referir-se a Israel (Mt 2.15), ao homem criado por Deus (Lc 2.38) ou ao homem regenerado (Rm 8.14, 19,23), mas no entanto, existe casos em que este nome se refere a Jesus, como sendo o Filho celestial eterno igual ao próprio Deus (Mt 11.25,30; 17.5;1 Co 15.28; Hb 1.1-3,5,8). Mas é no evangelho de João que esta idéia e melhor desenvolvida, nos revelando que Jesus é o filho singular do Pai (Jo 1.14,18,34,49), que nos revela plenamente o Pai (Jo 8.19; 14.9), que também nos possibilita a vida eterna (Jo 3.16; 5.20-22,25; 10.17; 16.15) e como Filho, Ele já existia antes da fundação do mundo (Jo 3.37; 5.23; 10.36).

Continua......


Por missº Felipe

O principal fundamento da fé Cristã

Após tratarmos acerca da plena humanidade de Cristo, e todos os aspectos relativos a estes tema, fica evidente a importância de tratarmos sobre o outro aspecto de suma importância para a boa compreensão da Cristologia, ou doutrina de Cristo. Por isso, focaremos nossos estudos agora sobre a mais sublime verdade cristã: A divindade de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Mas antes de tratarmos sobre tal assunto, devemos nos lembrar que o maior mistério e fundamento da fé cristã, é a declaração apóstólica de que Jesus era ao mesmo tempo totalmente homem, e totalmente Deus. Havendo assim uma união hipostática (união entre as naturezas humana e divina na pessoa de Jesus). Como podemos perceber no seguinte texto:

15 “E vocês?, perguntou ele. Quem vocês dizem que eu sou? 16 Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17 Respondeu Jesus: Feliz é você, Simão, filho de Jonas! Porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus. 18 E eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e
as portas do Hades a não poderão vencê-la." (Mt 16.13-20)


Notemos aqui, que a pedra a qual Cristo se refere, não é pessoa de Pedro como o catolicismo declara, no entanto, se levarmos em conta a versão original do texto em grego, veremos que Jesus utiliza um trocadilho envolvendo duas palavras. Ao dizer: " E eu lhe digo que você é Pedro (no original: "Petros", que significa pedra pequena), e sobre esta pedra (no original: "Petra", que significa rocha maciça, ou rochedo) edificarei a minha igreja" (Mt 16.18).

Assim, podemos concluir que a pedra (no original "Petra", que significa rocha maciça, ou rochedo) indica a verdade que fora revelada anteriormente por Pedro quando este declarou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16), ou seja, o principal fundamento da fé cristã é a divindade de Jesus de Nazaré, que prometou a todos aqueles que tiverem tal crença: "Eu lhe darei as chaves do Reino dos céus; o que você ligar na terra terá sido ligado nos céus, e o que você desligar na terra terá sido desligado nos céus” (Mt 16.19).

Vale lembrar também, que se quizermos ser verdadeiramente servos de Cristo, devemos focar nossos esforços para defender a sã doutrina de todo e qualquer ataque de heresias. Vemos hoje, que as mais diversas correntes filófico-religiosas, possuem diferentes opiniões acerca de pessoa de Jesus de Nazaré. Enquanto alguns negam sua humanidade (os gnosticos), outros negam totalmente sua divindade (as testemunhas de Jeová). Por isso, nós como discípulos do mestre dos mestres e Senhor dos senhores, devemos compreender todos os aspectos que envolvem esta importante doutrina. Assim, focarmos nossos estudos agora sobre a natureza divina de Cristo.

Por essa razão meu amado, lhe convido a acompanhar comigo outro importante aspecto da cristologia: A divindade do Senhor Jesus

Por
Missº Felipe Dias

Novidades - 13 de abril de 2009

A paz a todos!
estou lhes escrevendo, para informar a todos os amados que já estão disponiveis no youtube, videos com algumas de minhas pregações.
caso você queira conhecer um pouco mais de meu ministério acesse os links abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=85V1is3FeRQ

http://www.youtube.com/watch?v=30bxGCYKZ3Q

http://www.youtube.com/watch?v=hXB077OdlVI

Espero que apreciem

fica na paz

missº felipe

Missionário Felipe: Confissão de Fé

Missionário Felipe: Confissão de Fé

A humanidade de Cristo - 4º Parte

Já que tratamos acerca da concepção virginal de Cristo, bem como sua plena humanidade e as razões para a sua encarnação, devemos agora analisar o quarto aspecto relativo a humanidade de Cristo, ou seja, sua impecabilidade.

A impecabilidade de Cristo
O quarto aspecto a ser analisado em relação a Cristologia, se refere à impecabilidade de Cristo, fato este que possibilitou a Jesus a ser o nosso“cordeiro sem defeito e sem mácula” (1 Pe 1.19), padecendo “uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus” (1 Pe 3.16)
A bíblia nos oferece inúmeras evidências de que, apesar de possuir uma perfeita humanidade (conforme discutimos anteriormente), Jesus era diferente do restante dos homens em um ponto crucial: Jesus era isento de pecado, não tendo cometido nenhum pecado ao longo de toda a sua vida.

Antes de entrarmos detalhadamente nesse tema, e necessário salientar que o ensino acerca da impecabilidade de Cristo tem provocado inúmeras controvérsias ao longo dos anos de história da igreja. Pelo fato de as escrituras ensinaram tal questão, alegam alguns que isso anula a plena humanidade de Cristo, pois da mesma forma as Escrituras ensinam “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23).Mas para respondermos a essa questão, basta que relembremos, que no momento em que fora criado, Adão e Eva eram desprovidos de pecado
Podemos fazer tal afirmativa pelo simples fato de que sendo Deus, um Ser Santo e Perfeito, ao criar o homem à sua imagem e semelhança, Ele fez o homem provido de relativa santidade, uma vez que a absoluta santidade só possa ser encontrada no próprio Deus, afim de que o homem fosse o representante legítimo do Criador perante toda e a criação. Mas com a consumação do pecado de Adão, a humanidade passou a se encontrar em uma situação diferente daquela que lhe fora planejada pelo Senhor, situação esta que poderia ser restaurada apenas por um homem, que da mesma forma que Adão, sendo desprovido de pecado, pudesse assim permanecer, cumprindo dessa forma o plano estabelecido por Deus à humanidade, de o homem possuindo relativa santidade, pudesse ser o legitimo representante de Deus na Terra.

I. A declaração das Escrituras acerca da impecabilidade de Cristo
A bíblia nos fornece inúmeras passagens que comprovam a impecabilidade de Cristo. No livro de Atos, ao se referir a Jesus, os apóstolos o chamam de: Santo (At 2.27; 3.14; 13.35), o Justo (At 3.14; 4.30; 7.52). Para evitar qualquer má interpretação de seu ensino acerca da impecabilidade de Cristo, Paulo, em sua carta aos romanos, tem o cuidado de afirmar que Jesus foi enviado “em semelhança de carne pecaminosa” (Rm 8.3), em outras palavras, Paulo nos ensina que ao ser enviado à terra, Cristo se revestiu de humanidade, mas ao contrário dos demais homens, Ele manteve-se sem pecado (2 Co 5.21). O autor de Hebreus afirma que Jesus foi tentado durante sua vida terrena, mas ao mesmo tempo, ele insiste em dizer que Ele não pecou em nenhum momento da sua vida: Jesus foi “tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15). E exatamente por isso, Jesus tornou-se nosso sumo sacerdote “santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus” (Hb 7.26). O apóstolo Pedro, ao se referir a Cristo, ele declara diretamente que Cristo ao longo de sua vida “não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca” (1 Pe 2.22), e por isso, ao morrer na cruz, ele se tornou o “cordeiro sem defeito e sem mácula” (1 Pe 1.19), mas é na primeira carta de João que temos a declaração definitiva acerca da impecabilidade de Cristo durante sua encarnação, o apóstolo declara: ”Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado” (1 Jo 3.5).

II. A declaração de Cristo acerca de sua impecabilidade
Como se não bastasse o testemunho dos apóstolos acerca da impecabilidade de Cristo, o Evangelho de João nos fornece também declarações do próprio Jesus acerca da ausência de pecado em sua vida.

Em sua carta, o apóstolo João declara que “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (1 Jo 1.5), ao compararmos esse texto com o atributo divino de Santidade e relacioná-lo com o texto de Jo 8.12, em que Jesus, ao referir-se à sua própria pessoa afirmou: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida”, podemos perceber que Jesus, ao se referir a luz, Ele esta se referindo ao caráter divino, representando assim, tanto a fidedignidade quanto a pureza moral de Deus. Dessa forma, podemos notar nesse texto, que Jesus está afirmando ser a fonte de toda a pureza moral e de toda a santidade para a humanidade. Ao observarmos o fato de que tal alegação só poderia ser feita por alguém que fosse totalmente isento de pecado, podemos concluir que Jesus estava afirmando, ainda que indiretamente, estar livre da influência do pecado, podendo ser um perfeito padrão de conduta e santidade para a humanidade. Ao relatar sua conduta para com Deus, Jesus declara enfaticamente cumprir toda a vontade do Pai (Jo 6.38), além disso, Ele também declara fazer sempre o que agrada a Deus (Jo 8.29). Em relação a sua relação para com Deus, Jesus que pelo fato de cumprir os mandamentos do Pai, Ele permanece continuamente em comunhão Ele (Jo 8.29), mas ao compararmos este texto, com Jo 3.9 que diz: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado” (Jo 3.9), podemos notar, que através dessa declaração, o Senhor Jesus revela que sua vida não estava sujeita ao pecado. Tamanha era a santidade em sua vida, que ao questionar os escribas e aos fariseus acerca de sua moral: “Quem dentre vós me convence de pecado?” (Jo 8.46), seus inimigos não se atreveram a dar nenhuma resposta. O fato de Cristo ter mantido uma vida isenta de pecado, torna-se evidente com a sua declaração momentos antes de sua morte: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço” ( Jo 15.10).

III. A comprovação da impecabilidade de Cristo
A fim de comprovar de forma absoluta a impecabilidade de Cristo, devemos analisar todos os textos que se referem às atitudes de Cristo frente as tentações, quer seja elas vindas de inimigos, amigos ou do próprio Diabo.

Como dissemos anteriormente, o autor de Hebreus declarou que Jesus “tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15). Para comprovar tal afirmação, os evangelhos nos fornecem diversas situações em que Jesus foi tentado a desviar-se da missão que lhe fora estabelecida por Deus, a de ser um messias sofredor. Temos por exemplo, a sugestão de Pedro de que Jesus poderia cumprir sua missão sem a cruz (Mt 16.21-23; Mc 8.31-33); sua entrada em Jerusalém, onde Ele foi confrontado com a possibilidade de se tornar o rei temporal de Israel (Mc 11.1-11) e a reação de alguns a seus milagres, como por exemplo, na ocasião da segunda multiplicação dos pães, que desejaram proclamá-lo rei à força (Jo 6.1-15).

No entanto, a primeira e mais severa tentação enfrentada por Jesus em todo o seu ministério, encontra-se registrada nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. Tais evangelhos nos dizem, que logo após o seu batismo, Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto, a fim que ele fosse tentado pelo diabo.

Mas qual seria o plano do diabo em tentar o Filho de Deus? Lendo atentamente os relatos contidos nos evangelhos, e meditando acerca da natureza da missão de Cristo tal qual dissemos anteriormente, podemos perceber que ao tentar Jesus no deserto, o diabo pretendia convencê-lo a escapar da dura trilha da obediência e do sofrimento que lhe fora designada a Ele pelo Pai, como o messias da humanidade.

Antes de prosseguir em sua missão de salvar a humanidade, Jesus deveria ser submetido a um teste semelhante ao que fora enfrentado por Adão no Éden, provando ser Ele, o único homem capaz de resgatar a humanidade do domínio do pecado. Em ambos os casos, o que se exigia não era uma obediência a um principio moral eterno arraigado no caráter de Deus, o que se exigia era simplesmente a obediência a uma instrução especifica de Deus. Adão e Eva receberam a ordem de não se alimentar da árvore do conhecimento do bem e do mal, a questão aqui era se eles obedeceriam ou não a uma simples ordem dada a eles por Deus. Já no caso de Jesus, sendo Ele conduzido pelo Espírito ao deserto, pareceu-lhe ser da vontade de Deus que nada comesse durante aqueles dias, e que simplesmente ficasse ali até que o Pai, pela direção do Espírito Santo, lhe dissesse que a tentação estava encerrada, e que ele podia partir.

Dito isto, podemos verificar um paralelo entre a tentação de Cristo com a tentação enfrentada por Adão e Eva no Jardim do Éden. Apesar de possuir certa semelhança, a tentação enfrentada por Jesus foi muito mais intensa e severa do que a tentação enfrentada por Adão. Enquanto que no Éden, Adão e Eva dispunham de total comunhão com Deus e com um para com o outro, tendo a sua disposição alimentos em abundância, no deserto, Jesus não tinha comunhão com outros seres humanos e nem comida com que se alimentar, a tal ponto que, decorridos 40 dias de jejum, ele estava a ponto de morrer fisicamente. Foi exatamente no ponto de maior fragilidade física enfrentada por Jesus, que o diabo lhe aparece a fim de provar a fidelidade de Cristo à vontade de Deus, fazendo-lhe três propostas que serviriam como teste para determinar o tipo de messias que Jesus seria.



i. A primeira tentação: o desejo físico (Mt 4.3-4; Lc 4.1-4)
A primeira tentação enfrentada por Jesus tem haver com uma das mais vitais necessidades do ser humano: a alimentação. Decorridos 40 dias de total abstinência alimentar (Lc 4.2), Jesus sentiu-se fragilizado pela fome, e tendo sentido desejo de comer, foi instigado pelo diabo a ceder ao seu desejo, transformando pedras em pães a fim de saciar sua fome (Mt 4.3; Lc 4.3). È exatamente nesse ponto que a tentação de Jesus se assemelha à tentação enfrentada por Adão: a privação alimentar. Enquanto que Adão fora instruído a se privar de um alimento especifico, Jesus fora instruído pelo Espírito a se privar de todo tipo de alimento, até que Deus lhe instruísse do contrário. Devemos salientar, que o ato de comer em si, não é pecado, desde que não contrarie a palavra de Deus. O pecado aqui, consiste em render-se ao desejo de tomar toda e qualquer atitude que contrarie a palavra de Deus, na tentativa de demonstrar a si mesmo, uma total independência do homem em relação a Deus, evidenciando assim o direito do ser humano, frente ao direito divino.
Ao ser instigado pelo diabo a transformar pedras em pães, desobedecendo assim à ordem de Seu Pai, Jesus cita parte de um versículo do livro de Deuteronômio dizendo: “Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Dt 8.3). Ao citar esse texto, Jesus demonstra que a vida era mais do que a satisfação de nossas necessidades essências, como comer e beber (Mt 6.25), ao invés disso, para Ele, a vida consiste em obedecer a todos os mandamentos de Deus, conforme Ele nos revelou em Sua Palavra.
A luz desses fatos, podemos notar o objetivo da primeira tentação enfrentada por Cristo: comprovar o grau de confiança que Jesus tinha em Seu Pai para suprir todas as suas necessidades, inclusive as mais básicas, como alimentar-se. Aquele que ensinaria seus discípulos a confiar em Deus e a orar a Ele para obter o pão de cada dia (Mt 6.11), havia provado para si mesmo que também confiaria na provisão de Deus não só durante a sua tentação, como também ao longo de toda a sua vida.

ii. A segunda tentação: a vaidade (Mt 4.5-7; Lc 4.9-12)
Enquanto a primeira tentação enfrentada por Cristo foi baseada no desejo físico do homem, a segunda tentação enfrentada por Ele diz respeito à vaidade humana.
Vencido em sua primeira tentativa de fazer Jesus desobedecer a vontade do Pai, o diabo leva Jesus ao pináculo do Templo, onde o desafia a provar a sua fé em Deus, pulando do pináculo do Templo. Para embasar a sua proposta, o diabo se utiliza do mesmo método usado por Jesus para vencer a sua primeira tentação, ele cita o Salmo 91.11-12 dizendo: “Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra” (Mt 4.6). Ao desafiar Jesus a demonstrar a sua fé, de que em momentos de perigo Deus o resgataria, Satanás usou da confiança em Deus demonstrada por Jesus de que o Pai lhe supriria todas as suas necessidades, para sugerir a Jesus de que se Ele quisesse realmente depender de Deus, Ele deveria pular do templo, demonstrando assim a sua fé nas promessas de Deus em relação ao cuidado providencial.
Reconhecendo a linha tênue entre confiar em Deus para providenciar as nossas necessidades e desafiar o Senhor a resgatá-lo em um perigo criado artificialmente, Jesus volta a repreender o Diabo, citando mais uma vez o livro de Deuteronômio, mas dessa vez, o Senhor utiliza um trecho de Dt 6.16, dizendo: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus” (Mt 4.7). Dessa forma, Jesus demonstra de maneira clara, que mesmo sendo Filho do Deus Eterno, Ele não desafiaria o Pai celestial, ao se colocar de forma premeditada em uma situação que atentaria contra a sua vida.
Com base nesses argumentos, podemos notar o objetivo dessa tentação: testar se realmente Jesus tinha fé, de que em momentos de adversidades, Ele seria resgatado por Deus. Ao rechaçar a proposta de Satanás de demonstrar a sua fé em Deus, Jesus simplesmente confirmou, de maneira indireta, que Ele realmente confiava em Seu Pai, a ponto de dizer no momento de sua prisão no Getsêmani:“Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão. Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos?”(Mt 26.47-48).

iii. A terceira tentação: a soberba da vida (Mt 4.8-11; Lc 4.5-8
Como último esforço na tentativa de levar Jesus a abandonar o caminho que lhe fora escolhido por Deus, Satanás transporta o Senhor para um alto monte, lhe mostrando todos os reinos da terra, para então lhe fazer a seguinte proposta: “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares” (Mt 4.9).
Satanás, como “deus deste século” (2 Co 4.4), possui total poder e autoridade sobre esse mundo, poder este, nunca questionado pelos autores bíblicos. Ciente de tal autoridade, ele tenta fornecer a Jesus a possibilidade de conquistar o controle da humanidade e assim resolver os problemas do mundo, sem ter de passar pelo cálice de sofrimento que o Pai havia lhe reservado para beber (Mc 10.38), bastando para isso, que Jesus se ajoelhasse e adorasse lhe adorasse. Mediante tal oferta, e ciente de suas responsabilidades como Filho de Deus, Jesus faz a seguinte declaração: “Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (Mt 4.10).
Com essa resposta, Jesus venceu a terceira e última de suas tentações no deserto, recebendo aprovação divina para continuar a sua missão messiânica. Como resultado de sua obediência e fidelidade a Deus, anjos vieram e começaram a lhe servir, suprindo assim todas as suas necessidades (Mt 4.11).
Analisando tais argumentos, podemos perceber o objetivo da terceira tentação de Jesus no deserto: comprovar o nível de submissão que Jesus possuía à vontade do Pai, comprovar se Jesus estava realmente disposto a cumprir toda a vontade de Deus, mesmo sabendo que para fazê-lo, Ele teria de se submeter a todo tipo de humilhação e sofrimento que culminaria com a sua morte na cruz.
Ao recusar-se a se prostar diante da oferta de Satanás, Jesus simplesmente afirmou aquilo que seria uma constante em todo o seu ministério: mesmo tendo toda autoridade, Ele não estava aqui para fazer a sua vontade, mas sim, para submeter-se à vontade de Deus. (Jo 6.38)
Derrotado de suas investidas, Satanás se retirou da presença de Jesus por algum tempo (Lc 4.13). Voltando a tentá-lo em posteriormente em momentos cruciais do ministério de Cristo, sempre o confrontando com o tipo de messias que Ele seria.

IV. Os resultados das tentações de Cristo
Após termos visto as tentações enfrentadas por Jesus no deserto, resta-nos a seguinte pergunta: Quais foram os resultados que as tentações por Ele enfrentadas, proporcionam à humanidade?
A resposta a essa pergunta pode ser à luz do texto de Hebreus que diz: “Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 4.14-15).
Com base nesse texto, podemos perceber os resultados que as tentações de Cristo no deserto, proporcionaram à humanidade:
  • Sensibilidade: com as suas tentações no deserto, Jesus tornou-se sensível as pressões que todos os homens atravessam quando são tentados pelo diabo a pecar contra vontade de Deus.
  • Exemplo: suas tentações serviram também para fornecer à humanidade um exemplo: de que é possível resistir as investidas do inimigo, bastando para isso nos apegarmos a palavra de Deus, confiando plenamente na providência e socorro divino.
  • Entendimento: através das suas tentações, Jesus pode entender o que o homem passa ao ser tentado pelo diabo, podendo Ele assim se compadecer de nós.
  • Graça e poder: as tentações enfrentadas por Cristo no deserto, nos possibilitaram receber graça e poder de que necessitamos a fim de resistirmos as investidas de Satanás. Ao contrário dos demais seres humanos, que nada podem fazer para nos ajudar a vencer as tentações por nós enfrentadas, Cristo, como Filho de Deus, pode nos conceder graça e poder em momentos de necessidade (Hb 4.16).

Continua....

Por missionário felipe dias

A humanidade de Cristo - 3º Parte

Razões para a encarnação de Cristo

Vimos anteriormente, os motivos para a concepção virginal do Salvador, assim como as evidências bíblicas para a alegação cristã de que Cristo era plenamente homem. Mas mediante esses fatos, fica-nos uma pergunta: por que o salvador da humanidade, deveria se encarnar em forma humana? Mediante essa indagação e analisando os diversos textos bíblicos que fundamentam a doutrina de Cristo, podemos destacar diversos motivos para que a encarnação de Cristo ocorresse.

Sendo assim, abordaremos agora o terceiro aspecto de suma importância para a Cristologia, trataremos sobre as razões que levaram um ser Divino, a tomar a forma de homem e habitasse entre nós (Fp 2.6-7). Analisando os inúmeros textos bíblicos acerca de Jesus, chegamos à conclusão que a encarnação de Cristo ocorreu por 9 nove motivos, os quais trataremos a seguir.

I. Para revelar Deus à humanidade
Ao longo dos séculos, Deus tem se revelado à humanidade de diversas maneiras, Ele tem se revelado através: da criação (Sl 19.1-6; Rm 1.18-32); através da ordem do universo (Sl 19.2; At 14.15-18); pela criação do homem (Sl 94.9) e pela idéia universal da existência do Divino.

No entanto, foi com a encarnação de Cristo, que a humanidade pode enfim conhecer, ainda que de maneira velada (Jo 1.18; 14.7-11) a essência da natureza do criador de coisas as coisas.
Jesus é o único meio disponível ao homem de conhecer a Deus e as suas grandezas, e a maneira pra conhecer a Cristo nos nossos dias é estudar o registro de sua vida nas escrituras. Podemos perceber a importância de conhecer a Cristo, através das palavras do próprio Senhor aos seus discípulos momentos antes de sua prisão no Getsêmani: “Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (Jo 14.9)

II. Para dar um exemplo de vida
Em uma de suas três cartas universais, o apóstolo João nos diz: ”E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou” (1 Jo 2.6).Assim, ao analisarmos as palavras do apóstolo que fora o mais amado pelo Senhor entre os doze, podemos perceber que além de revelar o caráter de Deus à humanidade, a encarnação de Cristo também serviu para que o homem tivesse um padrão de vida a ser seguido. O mesmo apóstolo nos informa: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser.

Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (1 Jo 3.2-3). Através desse texto, podemos notar que através da esperança de nos tornarmos semelhantes a Cristo, na ocasião do arrebatamento, podemos obter uma pureza cada vez maior à nossa vida.

Como homem, Jesus deu-nos um exemplo de conduta e moral que devemos ter se quisermos agradar ao Pai, e como Deus, Ele nos capacita a seguir o seu exemplo de vida, através da operação do Espírito Santo, como nos informa o apóstolo Paulo: “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” (2 Co 3.18)

Como discípulos de Cristo, devemos ter a consciência de que Deus nos escolheu para que, conforme seguíssemos a Cristo, nos moldássemos “conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8.29).Nossa conduta deve ser moldada na de Cristo, também nos momentos de sofrimento, como nos exorta o apóstolo Pedro: “Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas” (1 Pe 2.21).Ao longo de nossa vida, devemos correr a carreira colocada diante de nós “olhando firmemente para o Autor e consumador da fé, Jesus” (Hb 12.2), tendo em mente que, no momento em que ficarmos desanimados em conseqüência da aposição dos pecadores, devemos considerar atentamente “ naquele que suportou tal oposição dos pecadores contra si mesmo”(Hb 12.3).No entanto, além de seguir o padrão de vida estabelecido por Cristo ao longo da nossa caminhada cristã, o apóstolo Paulo nos exorta a seguir o exemplo de Cristo, nos conformando “com ele na sua morte” (Fp 3.10).

III. Para prover um sacrifício efetivo pelo pecado
Em sua carta universal, o apóstolo Tiago nos ensina que a conseqüência pela prática do pecado é a morte espiritual do homem: “Mas cada um é tentado, quando atraído é seduzido pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tg 1.14-15).No entanto, em sua carta aos Romanos,o apóstolo Paulo nos ensina, que toda a humanidade está debaixo do domínio do pecado: “Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado” (Rm 3.9-10).

Quando Deus chamou a Israel para ser seu povo, Ele lhes deu por intermédio de Moisés, uma série de leis e rituais, que serviriam para manter o povo firme nos propósitos de Deus. Entre esses rituais, havia aquele que serviria para purificar o povo de todos os seus pecados uma vez a cada ano, como podemos ver nos capítulos 5 a 7 do livro de Levítico. No entanto, conforme nos ensina o escritor de Hebreus, os sacrifícios realizados no Antigo Testamento eram apenas alegorias do sacrifício de Cristo (Hb 9.6-10), pelo fato de que o único modo de o ser humano expiar completamente os seus pecados, era se ele sofresse eternamente a penalidade que o pecado exigia. Visto que o ser humano seria incapaz de cumprir tal exigência, Deus providenciou um vigário, um substituto, capaz de satisfazer tal exigência, de uma forma completa e definitiva, como nos ensina o autor da carta aos Hebreus: “Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. Porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos, {os} santificam, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? E, por isso, é Mediador de um novo testamento, {ou pacto} para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna” (Hb 9.11-15).

Assim, a importância da encarnação de Cristo, consiste no fato de que através da perfeita humanidade de Jesus e da sua vida irrepreensível aos olhos de Deus e dos homens, o Senhor possibilitou à humanidade o meio através do qual todos poderiam ser salvos da condenação eterna, como o evangelho de João: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16)

IV. Para ser o único mediador entre Deus e o homem
O objetivo central da encarnação de Cristo, é o desejo de Deus de restabelecer sua comunhão com o homem que fora perdida no Jardim do Éden. Mas para que isso fosse realizado, era necessário que houvesse um mediador entre Deus e os homens, capaz de levar a humanidade de volta à comunhão com o seu criador. Podemos notar este fato através das palavras do próprio Senhor Jesus: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6), palavras estas reforçadas pelo apóstolo Paulo: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos” (1 Tm 2.5-6).

Em última análise, a encarnação de Cristo foi necessária para que fosse estabelecido um sumo sacerdote perante Deus, que fosse capaz de entender as fraquezas humanas e ao mesmo tempo, capaz de permanecer perante o trono da graça , intercedendo pelos salvos afim de que adquirissem misericórdia e auxilio do Senhor, como podemos verificar no seguinte texto:“Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiantemente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4.14-16).

V. Para destruir as obras do diabo
Outra razão de suma importância para compreendermos a encarnação de Cristo, está na declaração do apóstolo João acerca da razão da encarnação de Cristo. Em sua primeira carta, o apóstolo no diz: “Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1 Jo 3.8).

Desde a queda do homem, o diabo, o diabo reinava de forma absoluta na terra, ainda que de forma ilegal, controlando as ações humanas devido ao controle do pecado sobre a natureza do homem que fora corrompida após a queda de Adão. Assim, para que o diabo fosse derrotado e suas obras fossem destruídas, era necessário que surgisse na terra um homem capaz de viver uma vida completa sem pecado, mas visto que todos os homens estavam sujeitos a uma natureza caída e dominada pelo pecado, o único capaz de realizar tal feito seria alguém divino, mas como Deus é espírito (Jo 4.24), e portanto sem corpo físico, era necessário que Ele viesse a terra em forma de homem, para que, ao viver uma vida santa e justa em um corpo humano, Ele fosse capaz de aniquilar as obras do diabo em seu próprio território, ou seja, o planeta terra.

VI. Para ser o padrão do nosso corpo redimido
Como dissemos anteriormente, o plano original de Deus em relação à humanidade era manter com ela uma relação de comunhão e intimidade, relação esta que foi interrompida com o pecado de Adão. No entanto, Deus nunca desistiu de manter comunhão com o ser humano, e para que seu objetivo fosse realizado, Ele nos enviou o seu Filho, em forma de carne, para que ao habitar no meio de nós, nos possibilitasse o restabelecimento de nossa comunhão com Deus.

Para que existe uma perfeita comunhão entre o homem e Deus, é necessário que ele seja membro efetivo do reino Eterno do Pai, ou seja, é necessário que o homem, ingresse de forma corporal na dimensão do Seu Reino Eterno. No entanto, as Escrituras nos ensinam de formam clara e direta que “a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção” (1 Co 15.50), desta forma, para que o homem possa ingressar de forma corporal no reino de Deus, e assim obter uma perfeita, completa e eterna comunhão com o seu Criador, lhe é necessário um novo corpo, um corpo que seja desprovido de qualquer limitação física, um corpo que seja eterno tal como Deus é Eterno, e que resplandeça a gloria eterna do Pai.
Paulo, em sua carta aos coríntios, também nos diz que “assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial” (1 Co 15.49). Dito isto, e analisando os relatos acerca das aparições de Cristo após a sua ressurreição nos quatro evangelhos canônicos, vemos que apesar de possuir um corpo totalmente material, a ponto de poder ser tocado (Lc 24.39-40), e de receber alimento (Lc 24.41-43), Cristo adquiriu um corpo que não estava restrito as limitações físicas, podendo atravessar paredes (Lc 24. 36) e flutuar no ar (Lc 24.50-52; At 1.9). No entanto, pelo fato de ainda não ter retornado ao seu Reino, o corpo de Jesus ainda não tinha sido glorificado, e era portanto semelhante ao seu corpo terreno, mas através do relato de João no livro de Apocalipse, podemos ter idéia da glória e da majestade que o nosso corpo celestial irá possuir: “ Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas” (Ap 1.12-15).

Ao se referir acerca do arrebatamento à Igreja de Corinto, o apóstolo Paulo nos informa que no momento em que formos arrebatados por Cristo, para ingressar eternamente no Seu Reino, nosso corpo será transformado, revestindo-se de incorruptibilidade e de imortalidade (1 Co 15.51-55).

Assim, podemos afirmar convictamente, que um dos motivos para a encarnação de Cristo é para que seu corpo ressurreto, fosse um padrão para o nosso futuro corpo celestial, pois como diz o apóstolo Paulo: “Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem” (1Co 15.20).

VII. Para ser um juiz qualificado
A bíblia nos informa de maneira direta e objetiva que terminado o reino milenar de Cristo (Ap 20.1-6), que se dará após a grande tribulação (Ap 19.11-21), haverá uma série de julgamentos na terra, a fim de condenar todos os homens de todas as épocas que não forem encontrados no livro da vida (Ap 20.15). No entanto, ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, o juiz responsável por tal julgamento, não será o Deus Pai, mas o Deus Filho, Jesus Cristo.

Esse fato torna-se evidente no evangelho de João, onde o Senhor em um de seus diversos discursos aos judeus, Ele diz:“E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento, a fim de que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou. Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão. Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo. E lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem” (Jo 5.22-27).

Dito isto, verificamos um outro motivo para a encarnação do Senhor, pois através de sua completa humanidade. Por ser Deus, Cristo é o único capaz de julgar à humanidade com total justiça e retidão, mas pelo fato de também possuir uma natureza humana, Cristo pode colocar de lado toda e qualquer desculpa que possam ser oferecidas pelo homem na ocasião do julgamento final.

VIII. Para cumprir a aliança com Davi
Vemos no segundo livro de Samuel, uma promessa que Deus faz a Davi, logo após ele ter trazido a arca da aliança à Jerusalém, e de ter sido impedido pelo Senhor de construir o Templo, nos diz o texto: “Quando teus dias se cumprirem e descansares com teus pais, então, farei levantar depois de ti o teu descendente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; se vier a transgredir, castigá-lo-ei com varas de homens e com açoites de filhos de homens. Mas a minha misericórdia se não apartará dele, como a retirei de Saul, a quem tirei de diante de ti. Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre” (2 Sm 7.12-16). Essa promessa feita por Deus a Davi, diz respeito ao seu futuro descendente, Jesus de Nazaré (Mt 1.1-17; Lc 3.23-38), que de acordo com as palavras do anjo Gabriel no momento em que anunciava o nascimento de Cristo à Maria: ”Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” ( Lc 1.31-33).

Dito isto, podemos perceber outro motivo para que a encarnação de Cristo ocorresse. Conforme a promessa de Deus feita a Davi, o futuro sucessor de seu trono deveria ser tanto Deus como homem. O ocupante do trono de Davi deveria ser homem, pois somente um homem poderia governar de forma pessoal e presencial a nação de Israel. No entanto, para que esse governo durasse para sempre, seu governante deveria ser imortal, e visto que somente Deus é eterno (Sl 90.2), era necessário que um de seus descendentes fosse tanto Deus, quanto homem para que a promessa feita a Davi fosse perfeitamente cumprida.

Assim, a encarnação de Cristo também foi o caminho determinado por Deus de cumprir sua aliança feita séculos antes com o seu servo Davi.

IX. Para cumprir o propósito original do homem de dominar a criação
Em seu plano original, Deus fez o homem à sua imagem e semelhança para que ele subjugasse toda criação, sendo assim seu representante legal na terra. No entanto, devido ao pecado de Adão, a humanidade teve sua natureza corrompida pelo pecado, tornando-se assim incapaz de cumprir o papel que lhe fora delegado por Deus.

No entanto, a fim de cumprir seu desígnio para com a humanidade, Deus enviou o seu Filho Unigênito para que, ao encanar-se na forma humana, fosse de viver sem pecado e como recompensa receber “Toda a autoridade no céu e na terra” (Mt 28.18), colocando-lhe assim “todas as coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja” (Ef 1.22).

Em apocalipse, o Senhor Jesus faz o seguinte aviso à Igreja:“Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono” (Ap 3.21),e o apóstolo Paulo nos diz: “não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois, acaso, indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos?” (1 Co 6.2-3).Assim, podemos verificar que a encarnação de Cristo serviu para que através dele, todos os remidos pudessem cumprir o papel que Deus determinou à humanidade: governar a terra.

A humanidade de Cristo - 2º Parte

Após termos abordado a concepção virginal de Cristo, bem como as razões para a sua encarnação, convido você meu amado, a meditar sobre o segundo aspecto a ser analisado em relação à Cristologia: a plena e absoluta humanidade de Cristo.

A Bíblia nos fornece inúmeras passagens que defendem a plena e absoluta humanidade de Jesus salientando as conseqüências de Ele possuir um corpo plenamente humano até os dias de hoje.

I. Jesus possuía um corpo perfeitamente humano

A doutrina da plena humanidade de Cristo é embasada em inúmeras passagens bíblicas, tais passagens nos informam acerca dos detalhes de seu nascimento, crescimento e limitações físicas proporcionadas pela sua completa humanidade.
A respeito de seu nascimento, as Escrituras afirmam que Jesus teve um nascimento igual ao de qualquer criança: “Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se. Este, o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. José também subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.” (Lc 2.1-7); as Escrituras também nos informam que o seu crescimento ocorreu de forma totalmente igual a das demais crianças: “Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.” ( Lc 2.40); também afirmam que o crescimento físico e espiritual de Jesus ocorreu de forma gradativa perante de Deus e dos homens: “E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lc 2.52).
Já a respeito de suas limitações físicas decorrentes de seu corpo plenamente humano, as Escrituras afirmam que Jesus estava sujeito ao cansaço físico como qualquer ser humano: “Estava ali a fonte de Jacó. Cansado da viagem, assentara-se Jesus junto à fonte, por volta da hora sexta.” ( Jo 4.6), as Escrituras também afirmam, que à semelhança de qualquer homem, Jesus estava sujeito à fome:”E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome.”(Mt 4.2) , bem como estava também sujeito à sede:“Nisto, veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.” (Jo 4.6), também vemos que Jesus estava sujeito ao esgotamento físico, a tal ponto que durante seu processo de crucificação, os soldados obrigaram Simão cirineu a carregar a cruz de Cristo: “E, como o conduzissem, constrangendo um cireneu, chamado Simão, que vinha do campo, puseram-lhe a cruz sobre os ombros, para que a levasse após Jesus.”(Lc 23.26); mas o indicativo mais importante da plena humanidade de Cristo, é que seu corpo também estava sujeito à morte física: “Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou.” ( Lc 23.46)

II. Jesus possuía uma mente humana

Outro fato que torna evidente a plena humanidade de Cristo, e a declaração de Lucas acerca de sua mente:”E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens.”(Lc 2.52), tal declara registrada no evangelho de Lucas, indica que Jesus, como qualquer outra criança, passou por um processo de aprendizagem, onde foi-lhe ensinado a comer,a falar,a ler e a escrever, e a ser obediente aos seus pais, sendo assim aperfeiçoado a cada dia em sua humanidade, como podemos ver em Hebreus: “Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem” (Hb 5.7-9).Outro ponto fundamental para embasar a afirmativa de que Jesus possuía um mente humana, é sua afirmativa relativa ao dia de seu retorno à Terra durante seu sermão escatológico: “Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai.” (Mc 13.32)

III. Jesus possuía alma e emoções humanas

O terceiro fato que evidencia a plena humanidade de Cristo,está no testemunho bíblico de que Jesus, além de possuir corpo e mente humanos, Ele possuía alma e emoções puramente humanas. As escrituras registram que Jesus possuía alma humana principalmente nos últimos dias anteriores à sua morte. Logo após ter ressuscitado a Lázaro, o Senhor faz sua ultima aparição pública no templo, onde durante seu sermão acerca de sua morte, Jesus faz a seguinte declaração: “Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora.”( Jo 12.27), outra passagem importante para fundamentar a alegação de que Jesus possuía uma alma humana, está na ocasião da última páscoa, em que após ter dado suas últimas palavras aos discípulos, o Senhor afirmou:“Ditas estas coisas, angustiou-se Jesus em espírito e afirmou: Em verdade, em verdade vos digo que um dentre vós me trairá.” (Jo 13.21), mas a passagem mais significativa para fundamentarmos a alegação de que Jesus possuía uma alma plenamente humana, está em sua declaração aos discípulos no Jardim do Getsemâni antes de sua oração ao Pai, onde o Senhor faz a seguinte confissão a Pedro,a Tiago e a João: “Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.” (Mt 26.38)
Em relação a declaração de que Jesus possuía sentimentos plenamente humanos, está nas narrativas bíblicas de que Jesus experimentou sentimentos tais como: admiração (Mt 8.10), tristeza (Jo 11.35) e ansiedade ( Jo 11.35)

IV. Jesus era considerado apenas humano pelas pessoas que o cercavam


O quarto fato que evidencia a plena humanidade de Cristo, é talvez a maior evidência acerca de sua plena humanidade que as Escrituras nos fornecem, ou seja: Jesus era considerado um simples humano por todas as pessoas que o cercavam.
Essa evidência é encontrada em um dos Evangelhos, que relata um incidente ocorrido no meio do ministério de Jesus na Galiléia, onde apesar de Jesus ter curado toda a sorte de doenças e enfermidades entre o povo, de modo que numerosas multidões começaram a segui-lo, quando o Senhor se dirigiu a sua própria cidade, Nazaré, onde todos os moradores o conheciam, para ensinar-lhes acerca do Reino de Deus na sinagoga local. No entanto, apesar de sua enorme fama ter chegado àquela cidade, o Senhor não foi aceito pelos seus conterrâneos, como registra a passagem a seguir:

“Tendo Jesus proferido estas parábolas, retirou-se dali. E, chegando à sua terra, ensinava-os na sinagoga, de tal sorte que se maravilhavam e diziam: Donde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? Não vivem entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto? E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua terra e na sua casa. E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles” (Mt 13.53-58)

Ao analisarmos este texto, podemos verificar o quão importante ela é para fundamentarmos a plena e absoluta humanidade de Cristo.Quando o Senhor se dirigiu à Nazaré para pregar as boas novas e continuar operando sinais e maravilhas e para anunciar a chegada do Reino de Deus, as pessoas que conviveram com o Senhor durante 30 anos, vendo-o crescer e trabalhar como carpinteiro assim como fora seu pai José, não viam naquele jovem carpinteiro de trinta anos como sendo o próprio Deus encarnado.Para eles, Jesus era nada mais do que um homem comum, um bom homem, justo, sincero e confiável, mas nada mais do que um simples homem.
A plena humanidade do Senhor, também é evidenciada na descrença dos seus irmãos em relação à pessoa de Jesus, seu irmão mais velho. Conforme nos informa Jo 7.5, vemos que para eles, que cresceram na mesma casa em que Jesus fora criado, não viam o seu irmão mais velho, como sendo o Deus Eterno, que havia se encarnado.
Continua.....
Por miss. Felipe